Archive for novembro, 2016
“Há companheiros que dormem indefinidamente, enquanto se alonga debalde para eles o glorioso dia de experiência sobre a Terra. (…) De maneira geral, assemelham-se a mortos preciosamente adornados.” (Emmanuel).
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A letargia, de causa fisiológica ainda não identificada, leva o indivíduo a um estado enfermiço em que as funções vitais parecem suspensas; a inércia é absoluta; e ao corpo é dada uma aparência de morte. (Wikipédia).
Enquanto que a Natureza obra de uma forma perfeita pelos desígnios do Criador; enquanto que os ciclos da semeadura, germinação, floração e frutificação acontecem; enquanto que os animais procriam, nascem, crescem, acasalam e procriam novamente; enquanto os cursos d’água brotam, se avolumam, contornam montanhas, delas se precipitam e finalmente confraternizam com o mar…
… Nós, da espécie humana e muitos dos que nos intitulamos ‘filhos de Deus’, e nos ‘rotulamos cristãos’, ainda não aproveitamos as horas que perfazem os dias; os anos que reúnem dias; e a bendita reencarnação que é feita de determinados anos. Outras vezes despertamos e sem muito esforço pedimos que esse Deus nos ajude ou que Cristo nos envie seus Emissários: comportamos-nos como os letárgicos de Deus…
Paulo irá sacudir os gentios de Éfeso (Ásia Menor, atual Turquia), exortando-os: “Levanta-te dentre os mortos e o Cristo te iluminará.” Não tenhamos dúvidas que a advertência do Apóstolo, nestes dias de letargia planetária, também é endereçado a nós. Continuará Paulo de Tarso: “Desperta, tu que dormes!” Em realidade o Planeta está em estado patológico porque nós estamos com a ‘doença do sono.’
Tem cura? Sempre tem! Conhecemos tanto a profilaxia como o remédio principal; mas quem disse que temos a vontade de usá-los? Abnegado, Emmanuel irá declinar os nomes de tais remédios e solicitar que nos salvemos a nós mesmos; que os mais ‘despertos’ informem aos mais ‘sonolentos’ que: fazer algo em benefício do progresso coletivo; trabalhar na sementeira e na seara do bem; buscar recursos, mesmo que improvisados; e trabalhar o entendimento dos irmãos fragilizados, é, ao mesmo tempo, a prevenção, o remédio e a cura.
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Levanta-te dentre os mortos e o Cristo te iluminará, gera uma cadeia de reação: O esforço de despertar; que promove o auxílio do Mestre amoroso (a iluminação); que irá produzir o trabalho cooperativo; e que conceberá um clarão maior a todos.
(Sintonia: Fonte viva, Cap. 66, Acordar e erguer-se, ditado por Emmanuel a Chico Xavier, 1ª edição da FEB) – (Primavera de 2016).
– O que é SENSIBILIDADE? Pergunta o discípulo ao mestre experiente…
– SENSIBILIDADE, é podermos verificar, mesmo que à distância, as dores de um amigo angustiado; inclusive sem que ele o saiba.
Pensativo, o discípulo relembra que isso não lhe é novidade, pois já lhe haviam ensinado que todos somos médiuns porque todos somos inspirados…
– Já sei! – exclamará o discípulo afoito – SENSIBILIDADE e inspiração são navegantes que remam em uma mesma canoa!
– Enganas-te – replica o mestre… SENSIBILIDADE ultrapassa todas as barreiras da inspiração. Ou, na hipótese mais sublime, é a inspiração elevada à categoria de zelo, cuidado, amor e serviço. É importar-se!…
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Não precisamos estar juntos para SENSIBILIZAR-NOS com os outros. Podemos fazê-lo mesmo à distância, utilizando os instrumentos que dispusermos, inclusive a forma pensamento…
(Primavera de 2016).
“Olhais para as coisas segundo as aparências?…” (II Coríntios, 10:7). “Enquanto perdura a sombra protetora e educativa da carne, quase sempre somos vítimas de nossas ilusões. (…) Todos somos companheiros de evolução e aperfeiçoamento, guardados ainda entre o bem e o mal.” (Emmanuel).
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O vagalume não brilha mais que a vela; tão pouco a lâmpada elétrica e o sol iluminarão menos que os dois… Da mesma forma, nesta existência – que é só um degrau de tantos – indivíduos, porque de evoluções diferentes iluminarão mais ou menos; também poderão desejar ou não iluminar mais ou menos…
Com que quantidade de luz poderemos iluminar? Somente com a que já possuímos; e se o desejarmos.
Enquanto sob as ilusões da carne, que é um uniforme que nos é dado vestir para executarmos o trabalho do Espírito, teremos a liberdade de utilizarmos nossa boa parte ou nossa parte inferior:
Guardados, ainda, entre o bem e o mal, sempre que utilizamos nossa boa parte, estaremos iluminando; e não importa com que intensidade: se a do vagalume, da vela, da lâmpada ou a do sol. Mas…
… Se ainda utilizarmos nossa parte inferior, estaremos desperdiçando nossa capacidade de iluminar, qualquer que seja ela. E isso é grave, pois “não se acende uma lamparina e pomo-la às escondidas!”
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Não nos iludamos: ainda sob as ilusões da carne, neste pobre Planeta de provas e expiações, melhor não pensarmos que somos superiores ou inferiores, mas acreditarmos que existem Espíritos (encarnados) mais ou menos evoluídos; que desejam ou não sua autoiluminação e a iluminação dos outros.
“Aparências”, às quais se refere Paulo, enganam! Não olhemos “somente a capa” das pessoas; “folhemo-las”, tal qual a um livro e verifiquemos a quantidade de luz que têm a capacidade de nos fornecer.
(Sintonia: Fonte viva, Cap. 65, Não te enganes, ditado por Emmanuel a Chico Xavier, 1ª edição da FEB) – (Primavera de 2016).
“Um semeador saiu a semear…” (Mateus, 13:4).
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Profundamente sábio e utilizando-se de analogias com figuras pertinentes à Palestina de seu tempo, (figuras da pesca e agropecuária local), o Mestre das alegorias não agiria diferentemente na parábola do semeador. O Benfeitor Emmanuel trabalhará em cima de tais ensinamentos e aqui fazemos nossas próprias reflexões:
O primeiro ensinamento da parábola é aquele que nos adverte que a cada reencarnação temos deveres intransferíveis: na qualidade de ‘donos do campo’, somos os próprios lavradores. Não podemos contratar ‘peões’ e ordenar-lhes que evoluam por nós! Ou pedir-lhes que, enquanto descansamos ao pé da escadaria, galguem todos os degraus que nós próprios precisaremos subir.
Como segundo ensinamento, nós, na qualidade de cooperados – Espíritos não evoluem sozinhos – seremos convidados a abandonar personalismos ou pontos de vista e convocados a lavrarmos na “terra das almas, sufocada de espinheiros, ralada de pobreza, revestida de pedras ou intoxicada de pântanos, oferecendo-nos a divina oportunidade de agir em benefício de todos.” Pode-nos parecer até contraditória tal consideração se comparada à primeira, mas não é: uma coisa é ‘desejarmos’ evoluir, no sentido de utilizarmos nossa vontade de fazê-lo; outra coisa é a cooperativa fraternal.
Terceira e última consideração é a de que se o divino Semeador, da manjedoura de Belém ao Gólgota, se fez pequeno em suas lides, por que nós seus terceirizados não deveremos nos vestir com a túnica e sandálias da humildade? Se ele nasceu entre pastores; cresceu no anonimato de Nazaré; conviveu com a hipocrisia de sacerdotes, doutores da lei e fariseus; teve como colaboradores, humildes pescadores; e morreu cruelmente numa cruz entre malfeitores… Será óbvio que o tipo de berço que nos trouxer a esta reencarnação não será relevante; que o anonimato será o tempero de qualquer frente Crística que abracemos; que opositores se farão presentes na lavoura, travestidos de lavradores ou semeadores, desejosos de plantar cizânias; que dos que ombrearem conosco, nenhum será perfeito; e que a nós, cruzes se depararão sob os mais diversos aspectos.
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Impossível raciocinarmos com semeadura sem os naturais constrangimentos do Orbe: o vento que espalha as sementes; a diversidade dos solos a serem semeados; o orgulho e o egoísmo a desejarem a perfeição do plantio e a santidade das ajudas; as sementes de joio infiltradas; e o cansaço que gera deserção e desânimo no cultivo.
A parábola do semeador é só uma das provas da sabedoria de nosso divino Professor atento a este Planeta muito antes da manjedoura; da manjedoura ao Gólgota; e em Espírito de Verdade até que se faça necessário.
Sintonia com Xavier, Francisco Cândido, Fonte viva, ditado por Emmanuel, em seu Cap. 64, Semeadores, 1ª edição da FEB – (Primavera de 2016).